Um jornalista servidor dos pobres

Luís Manuel Larrosa foi presidente do Conselho Superior da Argentina.
O caminho dos pobres era o caminho do confrade Luís Manuel Larrosa, porque ele sempre saía à procura deles, para oferecer ajuda material e espiritual. Mas seu serviço não parava aí, porque, como um vicentino fiel, ele havia meditado longamente nas palavras do Bem-aventurado Antônio-Frederico Ozanam: “Antes de tentar salvar as almas dos pobres, devemos dar-lhes um sentimento que lhes permita ter uma alma”.
Ele nasceu em 1924, quando as terríveis necessidades dos pobres também eram frequentes. Foi neste contexto que ele foi se formando, e assim, com seu olhar aguçado como “servo da caridade”, ele podia antever, em uma pessoa que mal conhecia, um possível futuro vicentino. Ciente de que a Boa Nova de Jesus tinha que ser levada a todos os lugares, ele fez de sua profissão de jornalista um serviço generoso para tornar conhecido o amor de Deus. E para que os doentes pudessem receber o alívio divino, ele atuou como ministro extraordinário da Eucaristia.
Ele tinha um profundo amor pelos povos nativos da Argentina, embora soubesse que o cuidado deles era uma responsabilidade do Estado. Mas, como confrade e 14º Presidente do Conselho Superior, ele entendia que a SSVP deveria estar mais presente na vida cotidiana dos povos nativos, ajudando-os a carregar a cruz da discriminação, propondo como objetivo principal a alfabetização e a educação de qualidade, que ele concebeu como “a chave para abrir a porta da igualdade”.
O confrade Luís era um vicentino que, quando convidava alguém para acompanhá-lo num serviço em algum lugar distante, ele já estava lá antes, para recebê-lo e começar a trabalhar com o entusiasmo de um novato. Se alguém que não o conhecesse, outra pessoa diria: “Você o encontrará facilmente: é ele aquele que sempre sorri”.
Espiritualmente rico, ele conhecia todos os santos vicentinos, e em suas palestras, públicas ou privadas, ele sempre evocava ao Bem-aventurado Antônio-Frederico Ozanam e o apresentava como um modelo imitável de cristão. “Estou apaixonado por Deus” era o título do livro que ele escreveu, resumindo como ele estava unido a seu Pai Criador.
Ele foi o marido, amigo e companheiro de Ana Maria e por mais de 70 anos. Ele foi um pai responsável e amoroso para seus dois filhos, Alejandro e Gabriela. Ele foi um avô amoroso e presente, para oito netos.
Ele deu uma resposta bondosa à SSVP, servindo como seu Presidente por 10 anos. Sempre jovem de coração, ele ia incansavelmente de um lugar a outro para trazer alívio aos outros, e ninguém podia dizer que tinham já passados 97 anos desde seu nascimento. Sua frase favorita era: “Não posso acreditar que Deus me criou para não fazer nada”.
Ele nasceu na vida vicentina na Conferência de Nossa Senhora de Buenos Aires, e há poucos dias ele enviou um vídeo, que foi replicado entre todos os argentinos, com o bom humor que o caracterizou. No vídeo, ele saudou um amigo (a quem ele lhe trazia a Santa Eucaristia todas as semanas) e disse: “Eu lhe mando um grande abraço. Estou muito feliz. Estou a caminho do Reino. Não sei quando vou chegar ou como, mas vou chegar, mesmo que seja com muletas”. Em 5 de junho, ele partiu para a Casa do Pai em pleno estado de graça.
Em nome dos mais pobres entre os pobres e dos vicentinos argentinos, agradecemos à sua viúva, seus filhos e netos pela generosidade com a qual compartilharam conosco o confrade Luís. Digamos juntos: “Caro presidente Luís Manuel Larrosa, descanse em paz, porque você merece. Você foi um grande homem e um modelo vicentino”.
Texto enviado pela consócia Celeste Godoy, em nome dos vicentinos da Argentina.