Data de publicação: 28/01/2020

O jardim dos anjos

Conselho Geral Internacional

O Pe. Chan, assessor espiritual da SSVP Hong Kong, luta com todo seu amor para que se respeite, na vida e na morte, aos bebês que se encontram no ventre materno. Esta missão o levou a abrir “o jardim dos anjos”, um lugar reservado no cemitério para as crianças não nascidas, cujos padres desejam dar-lhes uma sepultura digna. Em Hong Kong os restos de um feto de menos de 24 semanas são eliminados como resíduo hospitalar. Por isso o Pe. Chan promoveu este assunto com as autoridades e conseguiu dar resposta à dor e ao sofrimento de muitos casais que perdem seus filhos. 

O trabalho do Pe. Chan foi reconhecido pela Cruz Vermelha de Hong Kong, que lhe concedeu o “Prêmio à Humanidade 2019”. A seguir, mostramos o documento que motiva a entrega deste reconhecimento.  

Respeitar a vida de cada um

As capacidades dos seres humanos são reduzidas ante a morte. Todo o mundo quereria um enterro digno para seus seres queridos e assim realizar este desenlace da melhor maneira possível. Em 2017, um casal que sofreu um aborto espontâneo depois da 15ª semana de gestação buscou a ajuda do Pe. Chan para cumprir com seu único desejo, reclamar os restos de seu bebê para o enterro. Contudo, segundo a lei de Hong Kong, os restos de um feto abortado de menos de 24 semanas são eliminados como resíduo médicos. Este fato não só não respeita os bebês abortados, também não os trata como vida humana. Pior ainda, os pais que acabavam de perder seu bebê também sofreriam este segundo trauma. Os recursos à legislação vigente são longos e levam muito tempo, mas o Pe. Chan, em seu zelo por cuidar deste casal e por respeito ao pequeno falecido, se comunicava continuamente com vários departamentos do governo com a esperança de encontrar uma solução satisfatória o mais rápido possível e assim aliviar o sofrimento dos pais.

No final, um consenso entre os diversos departamentos do governo foi alcançado em apenas um mês, e os pais puderam reclamar os restos dos fetos abortados e enterrá-los legalmente no Cemitério Católico de Chai Wan Holy Cross. O lugar foi batizado com o nome de “Jardim dos Anjos”, porque os fetos abortados se transformariam em anjos e entrariam no Reino dos Céus sob a melodia de “Song of Joy” (Cantar da Alegria).

Assistência oportuna à família do falecido

O sentido da vida não depende de sua duração. Muitos dos pais com bebês abortados tinham perdido seus seres queridos antes que pudesse se despedir deles. Enterrar decentemente esses fetos não é feito só por respeito, mas também é uma espécie de cura para os pais que sofrem esta perda, este trauma psicológico. Durante este processo de despedida, os pais começam gradualmente a aceitar o fato de que seu bebê faleceu e aprendem a começar de novo.

Nos últimos anos, mais e mais organizações estão oferecendo serviços de enterro de fetos abortados para famílias de diversas origens religiosas e inclusive para aquelas que não têm uma prática religiosa. O Pe. Chan previu que “o jardim dos anjos” poderia aumentar a consciência pública sobre o respeito à vida e o cuidado com a família do defunto. Também continuará com seu trabalho de educar, promover e divulgar esta questão de maneira proativa para obter mais apoio para outros agentes relacionados.