“A humanidade unida”, Assembleia nacional da SSVP Itália

Ao final do mês de outubro, a população de Assis, famosa por ter visto nascer São Francisco e Santa Clara, foi o local escolhido pelo Conselho Superior da Itália para realizar seu encontro nacional, sob o lema “a humanidade unida”.
Cerca de 800 confrades de toda a nação se reuniram neste místico lugar da região de Úmbria para compartilhar e formar-se no espírito vicentino, com a reflexão constante da necessidade de ser conscientes da importância de representar um carisma que tem por senha de identidade o serviço e a atenção às pessoas mais necessitadas.
Este serviço “não entende de quantidade e sim de qualidade”, e não fixa metas econômicas senão humanas, declarava o Presidente Nacional da SSVP Itália, Antonio Gianfico.
No trabalho das Conferências prima a proximidade e a empatia, o amor e a capacidade de dar-se pessoalmente ao próximo. Por este motivo, nesta assembleia foi confirmado este grande potencial que a Sociedade de São Vicente de Paulo tem em seus genes originais e que hoje em dia segue dando resposta às pobrezas “de sempre” mas também “às novas pobrezas emergentes”, já que graças à implicação pessoal no trato com quem mais sofre, podemos nos dar conta de seus problemas para, deste modo, adotar as medidas necessárias para sua recuperação integral, espiritual e material.
Dentro desta Assembleia Nacional, o confrade Alessandro Ginota leu um interessante comunicado de nosso querido Presidente Geral, Renato Lima de Oliveira, mensagem que anexamos na íntegra, mas da qual destacamos uma preciosa frase inspirada pelo lema do encontro: “O caminho que o vicentino escolhe para a unidade na humanidade é a caridade, e isso deve nos guiar no serviço que escolhemos para chegar à seguinte fase: a caridade é proximidade e ajuda, mas também justiça, e ali está inexoravelmente o reconhecimento da DIGNIDADE da pessoa”.
Encontro em Assis – “Unidade da Humanidade”.
Prezado presidente,
Prezados membros das Conferências Vicentinas,
Irmãos e irmãs,
- Este humilde Presidente Geral lhes agradece a possibilidade de dirigir-lhes uma mensagem a este encontro de reflexão na bela Cidade de Assis. Com vários de vocês tive a oportunidade de dialogar durante o simpósio vicentino dos 400 anos de nosso Carisma, em Roma no ano passado.
- Antes de tudo, quero me apresentar. Sou Renato Lima, brasileiro, 47 anos, jornalista, casado e pai de dois filhos e meu período de mandato como 16º Presidente Geral da SSVP vai de 2016 a 2022 sob o lema “Quem quiser ser o primeiro seja o último e o servidor de todos”.
- Meu querido amigo Antonio Gianfico me informou que os propósitos do encontro de Assis são de refletir juntos sobre as mudanças sociais e nesse contexto o cuidado com a dignidade da pessoa humana. É importante redescobrir o que significa “unidade na humanidade” em um período histórico em que a humanidade está tão dividida por categorias, classe, censo, interesses e guerras. Parece estar distante o caminho para a unidade.
- O mundo do voluntariado (e a Sociedade de São Vicente de Paulo em particular) sempre esteve na vanguarda ao abordar os delicados problemas vinculados ao fenômeno das mudanças. Desde seu início recordemos que Federico Ozanam foi um dos mais brilhantes precursores da Doutrina Social da Igreja.
- O caminho que o vicentino escolhe para a unidade na humanidade é a caridade, e isso deve nos guiar no serviço que escolhemos para chegar à seguinte fase: a caridade é proximidade e ajuda, mas também justiça, e ali está inexoravelmente o reconhecimento da DIGNIDADE da pessoa: de todos as 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta, unidos pela mesma DIGNIDADE.
- Convido à leitura da minha Carta-Circular de 2018 onde estabelecemos nossa visão “Ser uma organização mundial que promove a DIGNIDADE INTEGRAL DOS MAIS NECESSITADOS”.
- Através da visita a domicilio, os membros da SSVP são chamados a ter um encontro com Cristo, presente e escondido no Pobre como diz Ozanam: “Deveríamos cair a seus pés e dizer como o apóstolo: Vós sois nossos amos e nós seremos vossos servidores, vós sois para nós as imagens sagradas desse Deus que não vemos, e não sabendo amar-lhe de outra maneira, lhe amaremos através de vossa pessoa’.”
- Como amostra disso, podemos aprender com a vida exemplar de pessoas que integraram as conferências vicentinas (mais de 50) que hoje se encontram em distintas etapas de processos de canonização (só para mencionar alguns de seus compatriotas: Frassati, Geana Beretta Molla, Contardo Ferrini e Giorgio La Pira).
- Neste encontro seguramente chegarão a Assis, oriundos de todas as partes da Itália, vicentinos missioneiros em sua própria terra e trarão em sua mochila a experiência de ajuda ao próximo e intercambiarão experiências e saberes, porque como dissemos também na Carta-Circular de 2018 “os vicentinos necessitam estar permanentemente capacitados”.
- Mas todos vocês têm algo em comum: sua fé e seu compromisso de serviço aos descartados da sociedade, que se resume em uma das frases de Federico Ozanam: “Que podemos fazer para sermos católicos de verdade, senão nos consagrar àquilo que mais agrada a Deus? Socorramos pois ao pobre, como faria Jesus Cristo, e ponhamos nossa fé sob as asas protetoras da caridade”. Essa é nossa vocação e nossa forma de viver a fé e, como diz o lema da SSVP italiana (“Dar uma mão dá cor à vida”), à dos necessitados e á sua mesma. Muito obrigado.
Sigais firmes em vossas orações e em vosso trabalho vicentino. Saudações vicentinas.
Saudações vicentinas.
Confrade Renato Lima de Oliveira
16º Presidente Geral